quinta-feira, 28 de março de 2013

Primavera

A primavera finalmente chegou por aqui, mas o frio ainda não foi embora totalmente.  A temperatura está ainda na faixa dos 10 graus, mas a paisagem da cidade começou a mudar.
As árvores começaram a brotar.
Os carvalhos se alegraram com um verde intenso.

Os canteiros ganharam cor.


Magnólias!  Muitas Magnólias! Um dos símbolos da cidade esta linda flor começou a florescer no final de fevereiro anunciando a chegada da primavera. Elas estão por toda parte.


Flores de Magnólia ainda em botão.
Magnólias brancas.

As Magnólias são lindas mas a grande sensação fica por conta das flores de cerejeira que chegaram como numa explosão!


Não há quem não pare para admirar!


Jardim do Zhongshan Park

No jardim do condomínio.

O chão vai ficando todo salpicado de pétalas.  Queria que ninguém varresse!! Mas toda hora vem alguém com uma vassourinha mágica!

Uma flor em meio à tantas outras.

Camélias!
As estações aqui em Shanghai são certamente mais bem definidas que no Brasil. Talvez para nós a chegada da primavera não seja tão importante e tão sensível, afinal de contas temos flores, céu azul e verde durante todo ano.  Porém para quem passa 4 meses mergulhado no cinza do inverno sua chegada é fundamental e permite recuperar o fôlego para seguir o ano adiante.  Vamos celebrar mais nossas cores e nossa generosa natureza!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Kids

De volta à Shanghai, resolvi terminar um post que já havia começado a séculos - Crianças!!
Estou absolutamente apaixonada pelas criaturinhas de  3, 4 aninhos que correm pelas calçadas e praças. Simpáticas e coloridas, com cabelos saltitantes e bochechas rosadas dão um ar mais leve às cidades.

Que felicidade!!!

Bocão do Leão no Shaolin Temple em Luoyang.

Curtindo o gramado do People's Park em Shanghai.

A China vive até hoje sob um rigoroso regime de controle de natalidade.  Pelo que pesquisei esse controle pode variar de estado para estado mas funciona mais ou menos assim:

- Cada casal só pode ter um filho porém se o casal, marido e esposa, forem ambos filhos únicos poderão ter o segundo. 
- É proibido saber o sexo de filhos antes do nascimento, muitas mulheres abortam quando estão grávidas de menina. Na cultura chinesa somente o filho homem é mais valorizado, pois ele irá cuidar dos pais no futuro.  Assim, dando a luz a uma menina, saberão de antemão que não terão quem os ampare na velhice. Consequentemente na prática tá sobrando homem!!!
-Se a mulher engravidar pela segunda vez terá que pagar uma multa de 200.000 yuans, cerca de 70 mil reais para o governo.
Figurino típico na Praça da Paz Celestial em Pequim.

Em miséria absoluta, a China  na década de 70 representava 1/4 da população mundial. Dois terços dos chineses tinham então menos de 30 anos, ou seja, estavam em plena idade fértil. A solução encontrada para a superpopulação foi o política do filho único.   Obviamente, 30 anos depois,  o país vem sentindo os reflexos de tais medidas. Nos últimos dez anos, a população chinesa envelheceu o que está reacendendo o debate sobre a necessidade de repensar o sistema.

A hora do descanso, White Horse Temple em Luoyang

Os idosos aqui acabam se ocupando dos netos enquanto os pais trabalham, como no Brasil, porém com mais frequência. Vovôs e vovós são super cuidadosos e extremamente carinhosos com seus netinhos.

Vovô coruja, metrô de Shanghai.

Vovó coruja, Zoo de Shanghai.
Geralmente as crianças são super bem comportadas. Ainda não assisti nenhuma crise de pirraça ou criança levando bronca nas ruas. Com exceção dos meus filhos, não vejo nenhuma criança correndo enlouquecida pelos salões dos restaurantes.
Figurino bem colorido e franjinhas, muitas franjinhas.

Este casaco era um barato pois o capuz tinha a tromba do elefante
 e  ainda carregava um elefantinho preso nas costas.

As roupas são sempre coloridíssimas, cheias de bichinhos aplicados e estampas bem ao estilo Chinês. É comum as crianças menores usam um tipo de calça com um rasgo bem no bumbum para facilitar a ida ao banheiro.  Na verdade nem sempre ao banheiro. Nada como o velho e bom matinho nessas horas! A roupa prática para a mãe, só tem um inconveniente... o frio que deve entrar pelo buraco.

Este estava se refastelando no chão! Calça com abertura estratégica!


Olha que coisa mais fofa!! Figurino também com abertura estratégica.

Sobre a exploração infantil posso dizer que pelo menos nas cidades em que estive, o único registro foi no metrô de Shanghai.  Uma mulher com uma espécie de microfone acoplado à uma mini caixa de som, cantando uma música esquisita, sai carregando uma criança pelo metrô à fora. 
Nada de crianças em sinais, nem vendendo doces, situações típicas das grandes cidades brasileiras.
Pedintes dentro do metrô.
Uma vez recebi um correio com umas imagens chocantes de crianças sendo forçadas a fazer treinamento esportivo aqui na China. Fiquei bastante impressionada com aquelas imagens e esperava encontrar tratamento quase militar. Para minha surpresa e alívio, carinho, cuidado e atenção são poucas palavras para expressar a maneira pela qual as crianças daqui são tratadas.



quinta-feira, 21 de março de 2013

Comidinhas

Dedico este post à todos os meus amigos e familiares comilões e curiosos que adoram experimentar coisas diferentes! Todos me perguntam sobre as comidas esquisitas que pairam no imaginário daqueles que não conhecem a China.  Pois então... voilà!

Pedro se deleitando com os escorpiões.

Bem próximo à Cidade Proibida está a famosa Food Street (Donghuamen Night Market), uma rua cheia de barraquinhas de comidinhas típicas e exóticas. Tudo muito limpinho! Algumas coisas eram difíceis de identificar e davam medo de perguntar. Não sabemos se as pessoas realmente se deliciam com as estranhas iguarias ou se apenas alimentam o mito de que na China se come de tudo.   O que interessa é que estavam lá, bem fresquinhas e crocantes!

Erggg!!!


Tarântulas e Vermes! Vai um espetinho aí??



Como é que se come isso???

Algumas panelas exalavam um cheiro muito forte de bucho.




Aninha ficou apavorada e passou correndo por todas as barracas!  Nesta foto ela está usando uma "máscara" muito comum por aqui para aquecer o rosto.

domingo, 17 de março de 2013

Comprinhas

Em nosso terceiro dia em Pequim os rapazes, com exceção do João, preferiram ir para o zoológico e nós seguimos para a região de Dashilan e Liulichang, duas ruas históricas de comércio do centro antigo. 
A rua Liulichang, recém  reformada, lembra um pouco as ruas de Paraty com lojas de lembrancinhas e artefatos típicos como pinturas chinesas e figuras de teatro de sombras.  O barato aqui era negociar!  O preço poderia cair mais de 50% nas barganhas.  Minhas amigas se divertiram com as vendedoras que acabavam cedendo e baixando os preços.

Entrada da rua Liulichang.
Rua histórica restaurada e atualmente é um dos pontos turísticos da cidade.
 Tapeçaria, sedas, bolsinhas!


Olha a cara de felicidade da vendedora!  "Cheaper, cheaper!!!"


Paz e amor! 
Este Senhor deveria ter uns 80 anos, escrevia com água no chão! Palavras efêmeras que
sumiam no espaço e no tempo!


Olhem o colorido fantástico dessa fachada! Excesso de detalhes, cores vibrantes, texturas.  Isto é a China!!
Decoração do Ano novo!! E viva o vermelho!!


Lanternas, lanternas, lanternas!
Pirulitos!! Verdadeiras esculturas feitas na hora com açúcar caramelizado!
Pinturas em nanquim e aquarelas Chinesas.


 Figuras para teatro de sombras.


João como sempre super paciente! Só ele mesmo pra aguentar 4 mulheres maníacas por lojinhas.
Lanternas artesanais!Lindas!!
Já estávamos satisfeitas quando deixamos esta rua e não imaginávamos que o melhor ainda estava por vir.  Para o desespero do João, enquanto procurávamos um Mc'Donalds para um pitstop, caímos no verdadeiro "SAARA" de Pequim. Incrivelmente lotada a rua Dashilan segue com lojas enormes de quinquilharias chinesas, bem no estilo 25 de Março de São Paulo.

Rua Dashilan lotada!! Deu até medo!

Passamos horas escolhendo sapatilhas chinesas e lembrancinhas! Tudo super baratinho!!  A paciência do João acabou na terceira loja de sapatilhas.  Quanto mais íamos descendo, mais sapatilhas iam aparecendo... cada uma mais linda que a outra!  Impossível resistir!


Não me perguntem o que eram essas coisinhas que eles estavam comprando.


A rua Dashilan desemboca na rua Qianmen, uma larga rua de pedestres com lojas de grife.



Todas as ruas desse entorno estavam assim.


Enfim livres das lojinhas e da multidão.


Ana foi guerreira! Aguentou um dia inteiro de andanças num frio de 3°C!



Nosso percurso foi bem interessante, pois começamos pelo fim, pela parte mais tranquila e pitoresca, com carinha de cidade de interior, e em seguida desaguamos num mar de pessoas eufóricas e consumistas para finalmente chegarmos a um dos pórticos que restaram da antiga muralha que cercava a cidade. Chamado de Zhengyang Men, o pórtico possui uma torre que abriga o Museu de Pequim.  Por trás deste está a famosa Praça da Paz Celestial.

Zhengyang Men, torre que atualmente abriga o Museu de Pequim.
A praça é um ícone cívico para o país e palco de uma das maiores embates políticos do nosso tempo conhecido como  Massacre da Praça da Paz Celestial  que reprimiu as manifestações e protestos estudantis contra o Governo do Partido Comunista em 1989. Uma das imagens mais marcantes aconteceu nesta praça em que um rapaz solitário se coloca à frente de uma fileira de tanques de guerra.


"O rebelde desconhecido"  como ficou conhecida a foto de Jeff Widener.
Rodeada por prédios com arquitetura militar e prédios do Império Chinês  (Cidade Proibida), a Praça da Paz Celestial é a terceira maior praça pública do mundo.  


"Praça do Frio Celestial!"  Ao fundo o Mausoléu de Mao Tsé Tung


Ao fundo o Grande Hall do Povo, o Congresso Chinês.


Arquitetura militar imperialista.


A bandeira vermelha e a Cidade Proibida ao fundo. Dois símbolos de uma nação.

Deixamos a Praça da Paz Celestial com a imagem do nacionalismo chinês. Eles cultuam a bandeira e apoiam o sistema de uma forma geral. As pessoas seguem suas vidas, suas rotinas sem muitos questionamentos. A existência do "por que" me parece cada vez mais ocidental. Não reclamam da carga horária pesada de trabalho, nem da política do filho único, nem da falta de previdência social. A própria "cultura" se encarrega de cuidar das respostas e de conformar o pensamento. Apenas seguem trabalhando.  E trabalhando muito!!!