De volta à Shanghai, resolvi terminar um
post que já havia começado a séculos - Crianças!!
Estou absolutamente apaixonada pelas criaturinhas de 3, 4 aninhos que correm pelas calçadas e praças. Simpáticas e coloridas, com cabelos saltitantes e bochechas rosadas dão um ar mais leve às cidades.
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Que felicidade!!! |
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Bocão do Leão no Shaolin Temple em Luoyang. |
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Curtindo o gramado do People's Park em Shanghai. |
A China vive até hoje sob um rigoroso regime de controle de natalidade. Pelo que pesquisei esse controle pode variar de estado para estado mas funciona mais ou menos assim:
- Cada casal só pode ter um filho porém se o casal, marido e esposa, forem ambos filhos únicos poderão ter o segundo.
- É proibido saber o sexo de
filhos antes do nascimento, muitas mulheres abortam quando estão grávidas de menina. Na cultura chinesa somente o
filho homem é mais valorizado, pois ele irá cuidar dos pais no futuro. Assim, dando a luz a uma menina, saberão de antemão que não terão quem os ampare na velhice. Consequentemente na prática tá sobrando homem!!!
-Se a mulher engravidar pela segunda vez terá que pagar uma multa de 200.000 yuans, cerca de 70 mil reais para o governo.
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Figurino típico na Praça da Paz Celestial em Pequim. |
Em miséria absoluta, a China na década de 70 representava 1/4 da população mundial. Dois terços dos chineses tinham então menos de 30 anos, ou seja, estavam em plena idade fértil. A solução encontrada para a superpopulação foi o política do filho único. Obviamente, 30 anos depois, o país vem sentindo os reflexos de tais medidas. Nos últimos dez anos, a população chinesa envelheceu o que está reacendendo o debate sobre a necessidade de repensar o sistema.
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A hora do descanso, White Horse Temple em Luoyang |
Os idosos aqui acabam se ocupando dos netos enquanto os pais trabalham, como no Brasil, porém com mais frequência. Vovôs e vovós são super cuidadosos e extremamente carinhosos com seus netinhos.
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Vovô coruja, metrô de Shanghai. |
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Vovó coruja, Zoo de Shanghai. |
Geralmente as crianças são super bem comportadas. Ainda não assisti nenhuma crise de pirraça ou criança levando bronca nas ruas. Com exceção dos meus filhos, não vejo nenhuma criança correndo enlouquecida pelos salões dos restaurantes.
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Figurino bem colorido e franjinhas, muitas franjinhas. |
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Este casaco era um barato pois o capuz tinha a tromba do elefante
e ainda carregava um elefantinho preso nas costas. |
As roupas são sempre coloridíssimas, cheias de bichinhos aplicados e estampas bem ao estilo Chinês. É comum as crianças menores usam um tipo de calça com um rasgo bem no bumbum para facilitar a ida ao banheiro. Na verdade nem sempre ao banheiro. Nada como o velho e bom matinho nessas horas! A roupa prática para a mãe, só tem um inconveniente... o frio que deve entrar pelo buraco.
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Este estava se refastelando no chão! Calça com abertura estratégica! |
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Olha que coisa mais fofa!! Figurino também com abertura estratégica.
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Sobre a exploração infantil posso dizer que pelo menos nas cidades em que estive, o único registro foi no metrô de Shanghai. Uma mulher com uma espécie de microfone acoplado à uma mini caixa de som, cantando uma música esquisita, sai carregando uma criança pelo metrô à fora.
Nada de crianças em sinais, nem vendendo doces, situações típicas das grandes cidades brasileiras.
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Pedintes dentro do metrô. |
Uma vez recebi um correio com umas imagens chocantes de crianças sendo forçadas a fazer treinamento esportivo aqui na China. Fiquei bastante impressionada com aquelas imagens e esperava encontrar tratamento quase militar. Para minha surpresa e alívio, carinho, cuidado e atenção são poucas palavras para expressar a maneira pela qual as crianças daqui são tratadas.